terça-feira, 20 de julho de 2010

Reflexão - Tema 4 - Conflito e Intervenção na Escola

Conflito e Bullying foram os temas base desta unidade de estudo. Este foi o tema que mais gostei de trabalhar. É um assunto bastante actual que pode afectar tanto alunos, como professores, apesar de poder ser encarado como susceptível de ser praticado em qualquer contexto.
Enquanto professora, já assisti a vários episódios praticados tanto em professores como em alunos. São situações terrivelmente difíceis de gerir e de contornar.
Como mãe, é um assunto que causa alguma angústia.
Felizmente, compreendi, através do estudo deste assunto nesta Unidade Curricular, que existem alternativas e soluções para que o problema possa ser minimizado e, numa segunda instância, resolvido.
Gostei particularmente de idealizar o projecto porque se pode tornar numa ferramenta extremamente útil na minha prática profissional.
Um dos aspectos que desconhecia era o da utilidade da mediação de pares. Parece-me ser uma solução simples e eficaz, desde que trabalhada de forma responsável e coerente.

Reflexão - Tema 3 - Perspectiva Dialógica das Interacções

Este tema foi de particular agrado para mim. Trabalhar com tutorias ainda não é uma prática usual, pelo menos no que se refere à minha experiência. É um assunto que me agrada abordar porque toda a prática e todos os métodos que as rodeiam são úteis para serem trabalhados em qualquer contexto escolar.
Ajudar os alunos a estarem preparados para enfrentar as novas vivências é o grande objectivo do professor-tutor.
Foi útil visualizar como se concebe um projecto de tutoria e perceber de que modo todo o contexto educativo, social e familiar pode e deve ser chamado a contribuir para o sucesso do mesmo e para que o seu percurso seja estabelecido em bases sólidas e de confiança.
Considero que nem todos temos perfil para ser tutor e que esta missão é de grande responsabilidade. No entanto, com o empenho e o esforço de todos os envolvidos pode mostrar ser o início de uma boa orientação para um projecto de vida eficaz.

Reflexão - Tema 2 - Abordagem Comunicacional das Relações Interpessoais

Perceber os principais conceitos em que se baseiam a Escola de Palo Alto e o Interaccionismo Simbólico, foi o objectivo deste tema.
Este tema foi importante para conseguir ancorar o conhecimento que já tinha, quase inato, das teorias defendidas por ambas as escolas. A comunicação e o reconhecimento mútuo de símbolos é tarefa diária da minha função em sala de aula. Foi útil esquematizar e teorizar todo esse conhecimento.
Mais uma vez, sinto que tive alguma dificuldade em abordar este tema devido à falta de conhecimento da área.
Pessoalmente, a área das interacções comunicativas é uma área que gosto de abordar, principalmente porque trabalho com jovens com dificuldades de interacção, muitas delas motivadas pelos contextos sociais e familiares onde estão inseridos. A necessidade de desbloquear essa interacção faz parte integrante do meu percurso como professora, pois só, desse modo, é que conseguimos obter daqueles jovens alguma reciprocidade no processo de ensino/aprendizagem.

Reflexão - Tema 1 - Debates sobre Relações Interpessoais

Neste tema foi proposta a abordagem dos conceitos de Afiliação, Aceitação, Reciprocidade, Interdependência e Rejeição, através de uma pesquisa bibliográfica. Foi ainda pedido o registo de atitudes de aceitação, reciprocidade, interdependência e rejeição.
Este tema foi, para mim, um tema difícil de abordar. Este facto prendeu-se por eu não ter o domínio da área em estudo. Os conceitos sugeridos fazem sentido, mas necessitam de relacionamento com outros temas da área que, reconheço, não são do meu conhecimento.
A bibliografia sugerida torna-se densa porque nos força a uma pesquisa exaustiva sobre cada um dos conceitos apresentados, o que se revela difícil quando não estamos dentro do campo de reflexão pretendido.
Mesmo assim, com alguma dificuldade, consegui relacionar os conceitos estudados com casos de vida real, no meu cenário escolar específico, e obter uma perspectiva global, conseguida essencialmente a partir da relação estabelecida entre os conceitos e a observação da prática diária.
Apesar da dificuldade encontrada, considero que este tema me serviu de pedra basilar para compreender as conexões apresentadas nos temas seguintes.

sábado, 17 de julho de 2010

Mediação de Pares

Mediação, palavra que vem do latim mediatione, interveniência, intermediação, é um dos meios voluntários de solução de conflitos, por intermédio do qual duas ou mais pessoas buscam obter uma solução consensual que possibilite preservar o relacionamento entre elas.
Conforme referem Costa e Matos (2007:76), uma das estratégias mais preconizadas para a resolução de conflitos tem sido, sem dúvida, a mediação de pares.
A mediação de pares é um processo que capacita um grupo de alunos de uma escola a actuarem como mediadores nas disputas de seus pares. Por estarem inseridos na escola e serem colegas, a mediação de pares não é aplicável a todos os contextos e também não é apropriada para todos os tipos de disputa. Porém, trata-se de um instrumento valioso para que alunos assumam um controle maior sobre suas vidas e habilidades para resolver problemas e disputas. Na mediação de pares, o conflito é considerado positivo sendo essencial para proporcionar desafios e possibilidades de crescimento.

Objectivos da Mediação de Pares

- Criar vínculos cooperativos e senso de comunidade na escola;
- Melhorar o ambiente na aula ou fora dela pela diminuição da hostilidade e tensão;
- Desenvolver o senso de colectivismo;
- Melhorar as relações professor/aluno;
- Incrementar a participação dos alunos nos projectos da escola e da comunidade;
- Resolver conflitos menores entre pares que interferem nos processos educativos;
- Valorizar os alunos incrementando a auto-estima;
- Mudar os parâmetros de comunicação e linguagem;
- Incentivar valores e responsabilidades pelo todo.
No âmbito da escola a mediação não pode ser entendida como uma nova maneira de resolver conflitos, pois se trata muito mais de uma metodologia de ensino onde se privilegia a comunicação interpessoal em todos os níveis, possibilitando a reflexão e o pensamento complexo.

A globalização trouxe às nossas escolas uma diversidade de culturas, etnias, religiões, contextos económicos, familiares e sociais e morais. Toda a diferença promove a exclusão e, mais do que nunca, a sociedade pede a aceitação do outro como diferente de nós mesmos. Desenvolver e implementar um programa de mediação de pares numa escola significa aceitar a complexidade que considera todas as experiências como multifacetadas. A mediação de pares na sua meta função leva alunos e os agentes educativos a exercerem a democracia desenvolvendo nos jovens as aptidões para viver e construir os valores da democracia que transcende os limites da escola para instalar-se na família e em toda a comunidade.
A intenção primeira de uma proposta de mediação de pares é procurar dar um passo um pouco maior quando o tema são os conflitos entre crianças e jovens dentro da escola. A sugestão não está em administrar conflitos e sim trabalha-los enquanto oportunidade e solucioná-los ou minimizá-los sob uma perspectiva construtivista.
Costa e Matos (2007:77) citando Jones & Brinkman (1994) afirmam que no campo das definições equivalem os programas de mediação de pares ao treino de alunos como interventores neutros na ajuda a outros alunos para a resolução de disputas interpessoais.
Nesse sentido, só poderemos treinar os alunos mediadores para auxiliar os colegas a vivenciarem face a face suas dificuldades e exporem os seus sentimentos não verbalizados como raiva, mágoa, ou frustração.
Uma das vantagens da mediação de pares é que, como a mesma ocorre dentro do espaço da escola e entre alunos, as palavras e expressões utilizadas para contar a história do conflito fazem sentido a todos facilitando a compreensão dos comportamentos, dos sentimentos e dos pensamentos resultando numa interacção válida e positiva.
Este tipo de estratégia permite aos jovens promover e preservar as relações interpessoais, confere-lhes sentimentos de poder e de controlo sobre as suas próprias vidas, ajuda-os a desenvolver capacidades de tomada de decisões e, através da sua actuação confiante e credível permite-lhes promover o seu desenvolvimento psicossocial.

Fontes:
COSTA, M. e MATOS, P. (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
PACHECO, Florinda Maria Coelho (2006). A gestão de conflitos na escola: a mediação como alternativa. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Administração e Gestão Educacional. Consultado em http://repositorioaberto.univ-ab.pt. Consultado em Julho de 2010

Projecto de Intervenção

Como trabalho final desta Unidade Curricular, foi proposto a elaboração de um Projecto de Intervenção para a Promoção de uma Cultura de Convivência, num Contexto Educativo Específico.
Como exerço a minha profissão numa Instituição essencialmente dedicada ao acolhimento, educação e formação de jovens em risco de exclusão social, não me foi difícil encontrar um caso a ser trabalhado. São tantos os que por lá existem...
É prática dos agentes educativos desta escola a mediação de conflitos. Aliás, são mais os momentos de gestão comportamental e educação dos que os de ensino propriamente dito.
Um projecto de intervenção é sempre uma incógnita. Quem o elabora rodeia-se sempre dos melhores objectivos, das mais amplas perspectivas, de um empenho dedicado e altruísta. No entanto, a sua aplicação pode resultar num ideal que se desfaz a qualquer instante.
Este tipo de projecto necessita da colaboração de todos os seus intervenientes, principalmente do visado e do seu contexto social, isto é, o aluno e a sua família. E, normalmente, é por aqui que se quebra o fio condutor do sucesso do projecto.
O projecto que apresento é ambicioso, principalmente porque envolve um largo número de alunos e suas famílias, numa perspectiva de interacção com a escola a que a nossa cultura social e escolar não está habituada. Mas, evitando uma perspectiva derrotista, quero acreditar que poderá resultar, mesmo que lenta e progressivamente.
Foi importante para mim criar este projecto porque, mais do que uma contextualização dos conhecimentos adquiridos através das actividades elaboradas nesta Unidade Curricular, é o pôr em prática uma acção que deseja contribuir para o bem-estar de uma comunidade e ajudar os alunos (e quem sabe as suas famílias) a serem cidadãos mais participativos socialmente e a contribuirem para uma cultura de convivência onde impere a igualdade e a tolerância.

O pequeno DITADOR


Já tinha ouvido falar deste livro, mas só agora tomei contacto com ele. Aborda o tema da violência física e/ou verbal praticada por crianças e adolescentes quer aos seus pais, professores ou colegas de escola.
Portugal é um dos 23 países que proíbe os pais baterem nos filhos, mas ninguém proibe os filhos de baterem nos pais.
Existe uma tendência generalizada para a violência infantil. Este livro de Javier Urra sugere-nos algumas dicas que ajudam a lidar com este tipo de violência, principalmente a praticada de filhos para pais.


Sinopse

«Ouvimos falar de violência na escola, vemos notícias de professores que não conseguem controlar alunos indisciplinados, de crianças que humilham e maltratam os seus colegas. Mas há uma nova realidade, invisível, fechada em quatro paredes que é fundamental enfrentar: os pais são vítimas da violência dos filhos dentro das suas próprias casas. Actualmente existem casos de filhos que batem nos pais. Crianças mimadas, sem limites, a quem tudo se consente, que organizam a vida familiar, dão ordens aos pais, chantageiam quem os tenta controlar. Crianças que se tornam jovens agressivos, que enganam, ridicularizam os maiores, que não hesitam em roubar a carteira da mãe. Adolescentes que desenvolvem condutas violentas e marginais. Em suma, filhos que impõe a sua própria lei. É preciso educar no respeito e afecto, transmitir valores, falar com as crianças, ouvi-las, ensiná-las a aceitar as frustrações, impor limites e exercer a autoridade sem medo. É preciso recorrer a ajuda especializada sem vergonha.»

É urgente reflectirmos sobre isto!!


Serviço de Apoio a Vítimas de Bullying


A Associação Nacional de Professores tem um serviço de apoio a alunos, famílias e escolas, nos domínios Jurídico, Mediação de Conflitos, Educação, Psicológico, Psicopedagógico e bullying através do Espaço Convivência nas Escolas.
Os contactos para o Espaço Convivência nas Escolas serão efectuados através do endereço de E-mail bulialuno@anprofessores.pt e do número 961 333 059 .

Este serviço é dirigido a professores, alunos e famílias, envolvidas ou vítimas das mais diversas formas de Bullying, quer como agressores, quer como vítimas, pois, normalmente os envolvidos nestas situações vivem um drama permanente de medo e em silêncio. Este serviço está preparado para ouvir e dar o apoio necessário de forma confidencial. A sua criação foi inserida num projecto intitulado “convivência nas escolas”, desenvolvido por esta Associação, em parceria com investigadores da Universidade Lusófona do Porto, tendo como base uma crescente preocupação associada à violência na comunidade escolar, confirmados pelos resultados da UNESCO, que lançaram o alerta; 25% a 50% dos alunos são vítimas de Bullying.

Este projecto pretende sobretudo, promover a educação para a convivência nas escolas, ajudando a prevenir e a combater fenómenos de conflitualidade, indisciplina e violência.
http://www.anprofessores.pt

Como Identificar as Vítimas de Bullying?


As vítimas de bullying apresentam sinais reveladores da sua situação. Estes sinais não devem passar despercebidos, quer aos familiares, quer aos agentes educativos. São eles a única forma de detectar que a criança ou jovem precisa de ajuda.

Os principais sintomas apresentados por uma vítima de bullying são:
- Depressão reactiva, uma forma de depressão clínica causada por eventos exógenos;
- Stress de desordem pós-traumática;
- Tornar-se, também ele, um agressor;
- Ansiedade;
- Problemas gástricos;
- Dores não especificadas;
- Perda de autoestima;
- Isolamento;
- Medo de expressões e emoções;
- Problemas de relacionamento;
- Abuso de drogas e álcool;
- Auto-mutilação;
- Suicídio (também conhecido como bullycídio).

Mais evidenciado em contexto escolar, as vítimas de bullying também podem revelar as seguintes alterações comportamentais:

- Demonstrar falta de vontade de ir para a escola;
- Sentir-se mal, perto da hora de sair de casa;
- Pedir para trocar de escola;
- Revelar medo de ir ou voltar da escola;
- Apresentar baixo rendimento escolar;
- Voltar da escola com roupa,livros rasgados e outros bens pessoais danificados;
- Chegar diariamente a casa com feridas inexplicáveis;
- Tornar-se uma pessoa fechada, introvertida;
- Parecer angustiado, ansioso, deprimido;
- Apresentar manifestações de baixa autoestima;
- Ter pesadelos frequentemente chegando a gritar; “socorro“, “deixa-me“, etc;
- “Pedir“, frequentemente, os seus bens mais valiosos e o seu dinheiro.
Fonte:http://www.bullyingescola.com

Principais tipos de Bullying


O Bullying pode ser praticado de diferentes formas de acordo com os perfis do agressor e da vítima. Os tipos escolhidos são tanto mais praticados quanto maior for o resultado e o impacto produzido na vítima. Normalmente, as formas escolhidas são praticadas de modo continuado.

Estão identificados os seguintes tipos de Bullying:


■Físico (bater, pontapear, beliscar, ferir, empurrar, agredir);

■ Verbal (apelidos, gozar, insultar);

■ Moral (difamar, caluniar, discriminar, tiranizar);

■ Sexual (abusar, assediar, insinuar, violar sexualmente);

■ Psicológico (intimidar, ameaçar, perseguir, ignorar, aterrorizar, excluir, humilhar);
■ Material (roubar, destruir pertences materiais e pessoais);
■ Virtual (insultar, discriminar, difamar, humilhar, ofender por meio da Internet e telemóveis).


Fonte: http://psiadolescentes.wordpress.com/

Bullying


O conflito e as dificuldades de relacionamento entre alunos podem ser originários de fenómenos de bullying.
Esta forma de agressão, que pode levar ao suicídio, surge na escola e tem uma grande intensidade entre crianças, de ambos os sexos, entre os onze e os dezasseis anos.
O bullying consiste em agressão física, verbal e psicológica que é exercida, individualmente ou em grupo, na comunidade educativa.
Neste tipo de situações há uma relação assimétrica entre dois ou mais alunos, na qual um deles (ou um grupo) desempenha de forma repetida, sistemática e intencional o papel de agressor sobre outro que se submete ao papel de vítima perante o testemunho dos observadores.

Existem dois tipos de bullying:

1) Directo – consiste em comportamentos físicos ou verbais, no ataque ou destruição de objectos pertencentes à vítima ou na ofensa verbal directa.

2) Indirecto – consiste na rejeição, na marginalização ou difamação do sujeito.

A forma directa está mais associada aos rapazes e a indirecta às raparigas.
Este tipo de agressão tem um enorme impacto nas vítimas que sofrem um decréscimo de auto-estima e se sentem impotentes perante as situações de ataque. Podem optar por pôr fim à situação ou integrando o grupo dos agressores ou outro grupo rival, como meio de protecção ou, na pior das hipóteses, os sentimentos de vergonha e insegurança podem levar ao suicídio.
Não são de ignorar os sinais que as vítimas podem manifestar que podem ir da ansiedade, isolamento, depressão, problemas do sono até aos sintomas físicos ou à recusa de ir à escola ou fuga.
Relativamente ao impacto no agressor, este tipo de situações de violência são vistas como um ganho, uma mais valia pelo mesmo. Perante os resultados de domínio, o agressor só vê vantagens neste tipo de comportamento. Ele próprio sofre transformações de personalidade que provocam a interiorização do modo agressivo e o comportamento pode generalizar-se. Estes indivíduos tendem a integrar posteriormente grupos de delinquentes juvenis pelo registo em que actuam.
A prática de agressão é vista pelos agentes como um meio de obter estatuto dentro de um grupo ou como forma de atingir determinado objectivo.
Os observadores sentem-se inseguros e impotentes perante o fenómeno. Com o tempo, a observação frequente de comportamentos violentos provoca-lhes indiferença e aprendem a distanciar-se.

Por que é que os jovens praticam o bullying?
As razões podem ser diversas:

1) Questões de auto-afirmação ou defesa de um território;
2) Estratégias de pressão;
3) Comportamentos de retaliação (vítimas que passaram a agressores.

Este tipo de fenómenos verifica-se mais em situação de mudança de escola ou de ciclo em que a adaptação e a integração fragilizam o visado.

De notar que existem critérios para a escolha das vítimas:

- Possuidores de defeitos físicos mesmo que diminutos como, por exemplo, uso de óculos;
- Uma história escolar digna de observação (o melhor aluno,…);
- Origem social ou étnica;
- Género.

Estes factores associados a um baixo estatuto sócio económico são preditores da agressão.
As vítimas têm um deficit de competências sociais, especialmente na assertividade, enquanto que os agressores são sujeitos mais integrados e com maiores competências sociais.

Fontes:
http://www.portalbullying.com.pt/

http://psiadolescentes.wordpress.com/

http://www.bullyingescola.com

http://aeiou.visao.pt/como-evitar-o-bullying=f550744

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying

Conflito


1. Conflito – Visão Tradicional vs Visão Actual
Tradicionalmente, os conflitos eram vistos como um mal a evitar. A inexistência de conflitos num grupo ou organização eram encarados como um sinal de competência.

A técnica residia em saber evitar o conflito de forma sistemática, e não no facto de o saber negociar. Isto acontecia porque os conflitos não eram bem tolerados e, caso surgissem, pontualmente, eram eliminados com base no poder e na autoridade.

Esta visão tradicional de conflito pressupõe:

* Que os conflitos são o resultado de comportamentos de alguns indivíduos indesejáveis;
* Que o conflito está associado à cólera, à agressividade, à batalha física e verbal, à violência, a sentimentos e a comportamentos basicamente negativos e prejudiciais.


É evidente que muitos dos conflitos têm efeitos negativos e prejudiciais, mas esta visão tradicional é inadequada e superficial.

A visão actual de conflito defende que o desacordo pode proporcionar uma maior exploração de sentimentos, de valores, de atitude e de pontos de vista, favorecendo a expressão individual e a busca de melhores decisões.


2. Conflitos Interpessoais

Os conflitos interpessoais podem surgir por razões de diferenças individuais, entre outras.
As diferenças de idade, de sexo, de atitudes, étnicas, de crenças, de valores e de experiências contribuem para que as pessoas vejam e interpretem as situações de diversas e variadas maneiras. Nas situações onde se realce as diferenças individuais, as situações de conflito são inevitáveis.


3. Identificar as formas de tratar um conflito

Os conflitos devem ser enfrentados e resolvidos eficazmente.
Para que isso aconteça, deve-se:

- Diagnosticar a natureza do conflito;
- Envolver-se no confronto;
- Escutar;
- Resolver o problema.

3.1. Diagnosticar a natureza do conflito

O primeiro passo para a resolução do conflito é detectar o problema interpessoal e enunciá-lo. É a chamada clarificação do problema.


3.2. Envolver-se com confronto

As partes envolvidas no conflito têm de se confrontar, pessoalmente ou com o auxílio de mediação. Tem de haver disponibilidade de todas as partes, bem como vontade de se empenharem na resolução do mesmo.
Nesta fase, é necessário que ambas as partes exponham o que as afronta.


3.3. Escutar

As partes envolvidas no conflito têm de se ouvir mutuamente. A escuta implica atenção às mensagens transmitidas, aos sentimentos e emoções das partes, aos índices não verbais e ao contexto.
Escutar implica deixar de pensar no seu ponto de vista e compreender o ponto de vista do outro para que se possam negocias as soluções satisfatórias.

3.4. Resolver o problema

Nesta fase, todas as soluções devem ser apresentadas, ponderadas e consideradas. Deverá tentar-se que as partes envolvidas manifestem uma atitude de abertura de modo a compreenderes as implicações positivas e negativas de cada uma das soluções.
Para terminar, deve-se escolher as soluções que satisfaçam os interesses de ambas as partes.


Fonte:
FACHADA, M. Odete (2003). Psicologia das Relações Interpessoais – 1º Vol. (6ª Ed.). Amadora: Edições Rumo